domingo, 2 de maio de 2010

Politica e Direito – Normas jurídicas e normas morais



- Se o estado pressupõe autoridade, esta autoridade decorre da definição e aplicação de normas instituídas pelo direito.


- O direito é um poder moral que propõe um ideal de conduta, opõe –se ao poder natural ou seja , á lei do mais forte.


- As normas jurídicas constituem o direito.

Estado de Direito – Todos os cidadãos são iguais (Racionalidade).
Estado de natureza – Lei do mais forte (irracionalidade).


Normas jurídicas


- O que posso ou não fazer.
- Regulamentação precisa.
- Mecanismos de coersão sob pena de sanção prevista na lei.


Normas morais


- O que devo ou não fazer.
- Inscrevem-se no âmbito pessoal da consciência moral e social.
- Não possui mecanismos de coersão nem sanções previstas na lei.


Direitos básicos e fundamentais:


- Direito á vida e a integridade.
- Direito á propriedade.
- Participação na vida política, pelo voto e exercício de cargas públicas.
- Saúde, educação, trabalho, igualdade de oportunidades…


Definição Kantiana de direito:


- “ O direito é determinação das condições que permitem á liberdade de cada um coexistir e harmonizar-se com a liberdade de todos “.
- A liberdade sem o direito seria a liberdade de alguns não a de todos.

( Temos liberdade de expressão mas não podemos inventar, ou arranjar falsos testemunhos).
( o Direito á liberdade, também não é um direito absoluto, é uma liberdade que está condicionada a condições).


Poder político, liberdade e justiça social
- Liberdade em sentido político: liberdade do indivíduo enquanto cidadão, liga-se por isso ao exercício de cidadania.
Esta liberdade (relativa ao domínio politico) pretende criar as condições de igualdade promovendo a liberdade para todos.
- Justiça social: distribuição equitativa dos benefícios e responsabilidades resultantes da vida social, ou do exercício da cidadania.


Problemas resultantes da liberdade politica e da justiça social

- A distribuição equitativa entra em conflito com as diferenças existentes entre os seres humanos: capacidades, interesses e objectivos.


- Deste problema decorre as diferentes concepções de liberdade:
• Liberdade negativa
• Liberdade positiva



Diferentes concepções de liberdade
- Liberdade negativa:


• Stuart Mill ( séc. XIX ) , Popper ( séc. XX)
• Defendem que a intervenção do estado na vida dos cidadãos deve ser mínima, desde que a liberdade destes não prejudique a dos outros.
• O dever do estado é garantir a liberdade dos cidadãos.
- Liberdade positiva:
• John Rowls ( séc.XX)
• Defende que a intervenção do estado na vida dos cidadãos deve garantir a liberdade, mas que esta liberdade pouco serve para aqueles que nada possuem.
• É necessário que o estado propicie as condições económicas, sócias para que possam fazer as suas escolhas em liberdade não sob condições.

(Época Moderna – séc. XVI –XVIII)



Destacam-se três filósofos : Thomas Hobbes; John Locke; Jean – Jaques Rosseau.



Reflectiram sobre a sociedade civil, o seu fundamento e justificação.
Colocaram a hipótese de um estado de natureza anterior ao estado sociedade civil.
Explicaram a transição de um estado a outro a partir do conceito de contrato social, daí terem ficado conhecidos como contratualistas.
Essa perspectiva defende a origem não natural da sociedade uma vez que, esta segundo dizem, nasce de convenções e contratos estabelecidos pelos seres humanos.
“ O Homem é o lobo do Homem “; “ Os Homens não são bons, são violentos e anti-sociais por natureza. “


Estes filósofos procuraram identificar os motivos que estiveram na origem das sociedades:
Explicaram a passagem do estado de natureza para a sociedade civil por meio de um contrato social;
Deram origem à afirmação dos Direitos do Homem valorizando a perspectiva do indivíduo e a sua realização pessoal;
Reconheceram o princípio da igualdade entre os Homens.


Tendo concordado com o essencial, esses pensadores apresentam algumas diferenças não muito substantivas:

Hobbes – Afirma não haver uma autoridade instituída e um código jurídico que possa, resolver diferendos ( Estado de natureza Vs Estado de Direito).


Locke – Defende a ideia de que no estado de natureza já existe lei natural que obriga cada homem a respeitar a vida, em integridade e os bens.
O estado de natureza não é para este autor um estado de guerra. No entanto reconhece que o exercício do Direito pelo estado só estabelece a fronteira entre sociedade civil e o estado de natureza.


Rousseau – Reconhece as vantagens da civilização face ao esta de natureza ainda que apresente uma visão optimista e idealizada deste.

Estes pensadores o facto de considerar a necessidade de autoridade mas consideram que esta depende da legitimação popular.
A autoridade para se exercer requer a força material e a força do Direito.
O Direito implica uma ideia de justiça já presente no embrionariamente no estado natural.
A relação entre política, ética e direito exige regras jurídicas e estas procuram balizar-se por princípios de justiça.

O contratualismo distingue-se do naturalismo aristotélico pelo seguinte:


Parte do princípio da igualdade entre todos os seres humanos;
Afirma que a sociedade não decorre imediatamente do estado da natureza sendo pelo contrário resultante da negação da própria natureza;


Nesta concepção aristotélica:
Os interesses do estado prevalecem sobre os interesses do indivíduo; As relações sócias e políticas apresentam-se numa perspectiva estratificada e hierarquizada (Senhor/ escravo); parte-se do princípio que os seres humanos não são iguais por não terem nascido iguais.

Dimensão da acção humana e dos valores Ética, Direito e Política

Questões em análise:

1. O que é a filosofia politica?
2. Qual a relação da ética com a filosofia politica e com o direito?


A filosofia política é a reflexão e análise crítica do fenómeno político e da forma como o Estado administra o poder e gere a vida social.


Pressupostos da organização política da sociedade:

- Regulamentação da vida pública os cidadãos (pode discutir-se o público e o privado).

- Exercício do poder com autoridade tendo em vista a concepção de normas e respectivo cumprimento .
O Direito é o conjunto das normas que rege as sociedades organizadas (Estado de Direito).



Objectivo da Filosofia Politica:

1. Reflectir sobre a origem do Estado.
2. Reflectir sobre a legitimidade.
3. Reflectir sobre a origem do Direito e a sua relação com a Ética

Abordagem histórica – filosófica (época antiga séc. X a.C. – X d.C.)


Origem e justificação do poder político
A posição de Aristóteles, descrita na obra “ A Politica “, é naturalista, o que significa que os Homens são por natureza animais políticos. Isso mesmo determina que organizem sociedades por inclinação natural, estabelecendo regras de convivência e criando instituições que garantem a segurança e o bem estar dos cidadãos.

A ética utilitarista


- Utilitarismo da norma


Mill reformulou o utilitarismo radical nesses termos: na impossibilidade prática de se decidir sempre e em todas as circunstâncias com base num cálculo inserto e pouco fiável, deve recorre-se á norma para decidir o curso da acção a escolher.
O cálculo e a reflexão devem ficar sobretudo para as situações conflituantes em que se coloque a questão de não acatar a norma.
A norma é um principio a que se chega através da experiencia. É uma generalização em função de consequências vantajosas ocorridas anteriormente.
Se uma situação, for análoga á anterior tudo aconselha a que se continua a adoptar a norma.
A norma são princípios subordinados que permitem a aplicação do princípio geral, que, no caso do utilitarismo, é o princípio da utilidade.


-Utilitarismo contemporâneo Peter Singer
O que o utilitarismo contemporâneo tem em comum com o utilitarismo moderno é ser uma ética:



- Consequencialista
- Altruísta e centrada em prazeres ou preferências mais elevadas.
- Naturalista, acentuadamente naturalista, uma vez que defende tal como a teoria evolucionista que a natureza humana é fruto da evolução física e mental.
- Mas inovadoramente defende que os mais aptos entre os seres humanos, ou seja aqueles que sobreviveram, foram os que cooperaram (não os egoístas, os mais fortes ou os mais violentos) o que vem a mostrar-se benéfico para a sobrevivência humana na medida em que propiciou relações mutuamente vantajosas como provadas pela história social dos povos.


O que distingue o utilitarismo contemporâneo do modero:


- Substitui o conceito de felicidade pelo de preferência. Neste caso a acção é moral se as consequências satisfizerem as preferências de um maior número de pessoas.



Segundo Singer a hipótese da tese Darwinista da evolução da espécie permite:

- Rejeitar a origem divina das ordens morais.
- Compreender o surgimento (emergência) e importância da ética para as relações humanas.
- Embora reflicta sobre a regra da ética cristã “ não faças aos outros aquilo que não gostarias que te fizessem a ti”, explica a mutualidade ou reciprocidade pela via evolucionista ou darwinista.
- Como temos capacidade de escolha cooperamos quando existe reciprocidade e deixamos de o fazer quando esta possibilidade de troca deixa de existir.
- A dimensão ontológica do ser é existir inevitavelmente.
- A dimensão ética do ser é pensar e agir no dever, ser e torná-lo possível, e o dever ser está ligado á reciprocidade entre os seres humanos e entre os seres humanos e os seres sencientes e aos seres vivos ou natureza.



Aspectos polémicos da filosofia



Ética de Kant


- Não permite resolver situações de conflito de valores.
- Negligência a vertente afectiva do ser humano e a sua influência na vida moral.
- Esquece que a responsabilidade não se circunscreve á própria acção, mas abrange também as consequências que dela decorrem.
Ética utilitarista
- Teoria ética elaborada nos séculos XVIII e XIX por Bentham e Stuart Mill.
Definição de utilitarismo
- O utilitarismo é uma doutrina baseada no principio de que a nossa acção deve ter como ultimo fim a maior felicidade para o maior numero de pessoas.


Ética de Stuart Mill e sua Biografia
- Esta ética é conhecida como empirista, material, utilitarista, consequencialista e teleológica.

- Jonh Stuart Mill (1806 -1873) nasceu em Londres. Foi educado pelo seu pai, James Mill , que lhe impôs um rigoroso plano de estudo: aos três anos estudava grego e a partir dos sete matérias como latim, artimétrica, historia e muitas outras.
- Cedo se dedicou as ideias empiristas e em particular a filosofia de Hume e Jeremy Bentham.

- Stuart Mill ficou conhecido não apenas como um dos grandes divulgadores das ideias empiristas, mas também como o criador de uma concepção moral – o utilitarismo.


A ética utilitarista
Características da ética utilitarista:


1. Consequencialista
2. Centrada na felicidade
3. Centrada nos prazeres mais elevados
4. Uma ética naturalista



1- Consequencialista

Teleológica – avalia as acções em função das consequências.
A acção em si não é considerada boa ou má, o que interessa são as consequências decorrentes.
Pretende-se sempre as consequências melhores.


2- Centrada na felicidade
As consequências com o valor moral são as que promovem a maior felicidade para o maior número de pessoas, entendendo-se felicidade como prazer e ausência de dor.
Prazer e felicidade valem por si, ou seja, não têm valor instrumental, não são meios para um fim.

3- Centrada nos prazeres mais elevados

Distingue prazeres superiores de inferiores; intelectuais de sensuais.
Há para Mill, prazeres mais valiosos e desejáveis do que outros.
Para os distinguir propõe como critério de decisão os juízes imparciais.


4- Uma ética naturalista


Explica o valor moral das acções apelando apenas a características naturais dos seres humanos.
Isto significa que procura sempre o prazer e foge à dor. É a natureza que dita que o bem seja o prazer e o mal a dor.


Em resumo – o principio de maior felicidade para todos – o bem estar – é aquilo para o qual nos sentimos naturalmente inclinados.
O meio é por isso consequência dos nossos actos e não radica na intenção ou motivo.

Utilitarismo do acto

Significa que se considera apenas as consequências do acto para a sua avaliação.

Esta teoria poderia conduzir a actos revoltantes para a consciência comum desde que ai adviessem vantagens.

Frequentemente não se consegue prever as verdadeiras e reais consequências dos nossos actos, pelo que não se podia decidir apenas nessa base.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010




ASPECTOS POLÉMICOS DA FILOSOFIA
ÉTICA DE KANT

Não permite resolver situações de conflito de valores.
Negligência a vertente afectiva do ser humano e sua influência na vida moral.
Esquece que a responsabilidade ética não se circunscreve à própria acção, mas abrange também as consequências que dela decorrem.


A ÉTICA UTILITARISTA
Teoria ética elaborada nos séculos XVIII e XIX por Bentham e Stuart Mill.


DEFINIÇÃO DE UTILITARISMO
O utilitarismo é uma doutrina baseada no princípio de que a nossa acção deve ter como fim último a maior felicidade para o maior número de pessoas.


ÉTICA DE STUART-MILL
BIOGRAFIA

Esta ética é conhecida como empirista, material, utilitarista e consequêncialista e teleológica.
Jonh Stuart Mill (1806-1873) nasceu em Londres.
Foi educado pelo seu pai James Mill que lhe impôs um rigoroso plano de estudo: aos três anos estudava grego e a partir dos sete matérias como latim, artimétrica, história e muitas outras.
Cedo se dedicou às ideias empiristas e em particular a filosofia de Hume e Jeremy Bentham.
Stuart Mill ficou conhecido não apenas: como um dos grandes divulgadores das ideias empiristas mas também com o criador de uma concepção moral – o utilitarismo
A ÉTICA UTILITARISTA
Exemplos do manual (p.110)
Porque não se deve beber e conduzir.
O embargo económico a um país que não respeita os direitos humanos.
O atentado contra Hitler.

CONTINUAÇÃO DA MATÉRIA


A acção moral por respeito ao dever. A acção só é por dever, isto é a acção só é moral quando nela a intenção ou o motivo coincide com o dever. As consequências efeitos exteriores à minha acção nada me dizem acerca da intenção da acção. A acção moral está por isto centrada na intenção boa determinada pela racionalidade da nossa vontade.

CONCEPÇÃO ÉTICA


A acção por respeito ao dever – Moral
A acção conforme o dever (legal)
A acção não é moral é por isso ilegal

Acções legais ou conformes ao dever:

1 – Os imperativos hipotéticos representam uma acção possível, ou um meio através da qual se consiga atingir qualquer outra coisa que se quer. A acção só é boa se enquadrar a sua intenção dentro do possível e do real.

EUDEMONISMO – tendência ética segundo a qual a felicidade é o sumo bem.
HEDONISMO – tendência da filosofia moral segundo a qual o prazer entendido como bem estar é o sumo bem.


 Em ambos os casos as acções são ordenadas como meios úteis para se obter um fim se obedecermos a estes imperativos, não estamos a agir moralmente.

2 – Os imperativos categóricos representam uma acção necessária, sem relação com outro fim a não ser ela própria.

 Kant pensava que a moralidade se resume a um principio fundamental, do qual derivam todos os nossos deveres e obrigações. Sendo imperfeita a nossa vontade o imperativo ou principio que o deve determinar é categórico ou seja apresenta a forma de obrigação.
Kant chamou a este principio (Principio do Imperativo Categórico) e na Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785) exprimiu-o desta:

• Age unicamente de acordo com a máxima que te faça simultaneamente desejar a sua transformação em lei universal.

“Temos que agir como se fosse possível”




ÉTICA RACIONALISTA OU INTENCIONALISTA

As três formulações do imperativo categórico ou lei fundamentada da razão prática:
• 1º - Princípio da universalidade
• 2º - Princípio da finalidade
• 3º - Princípio da autonomia da vontade



SER/PESSOA
Distinção entre o conceito de ser em geral (seres da natureza) e o conceito de ser racional (pessoa).
Esta distinção resulta da verificação de que na natureza existem leis que regulam na generalidade todos os seres determinando-os e subjugando-os a uma ordem natural. De entre os seres referidos destacam-se os seres racionais, ou sejam aqueles que agem segundo:

 A representação das leis; princípios e a vontade que como vimos se define como a faculdade de recolher apenas aquilo que a razão reconhece como necessário ou bom, sem a intervenção de qualquer inclinação.
Vontade superior, boa vontade que age por respeito ao dever.




RAZÃO TEÓRICA/PRÁTICA

A forma de expressão da razão teórica - conhecimento científico – é a formulação ou enunciação de juízes.

A forma de expressão da razão prática – conhecimento moral – é a formulação ou enunciação de imperativos ou mandamentos, princípios objectivos.



TIPOS DE PRINCÍPIOS

Os princípios pelos quais orientamos a nossa acção são:

 Subjectivos, dependentes da experiência das inclinações e interesses do sujeito, designam-se como máximas.
 Objectivos, independentes da experiência, puros, a priori, universais e necessários e designam-se como:
• Mandamento ou Representação de um princípio objectivo, um princípio de obrigação para a vontade.

 Imperativo fórmula ou enunciação do mandamento.
Os imperativos são expressos pelo verbo dever.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Continuação da matéria anterior:

A ética de Kant é uma ética intencionalista.

LEI MORAL
Lei moral – lei comum a todos os sujeitos morais, que constituí o princípio do agir e o fim da acção.
Esta lei moral radica na boa vontade contra todo o interesse, ganho ou inclinação natural.
A boa vontade para Kant não é condicionada. Todas as acções que são assumidas pelo dever são boas acções. Esta boa vontade não é condicionada, logo não é interesseira (a boa vontade não se deixa influenciar).


ÉTICA RACIONALISTA OU INTENCIONALISTA
IMPERATIVOS


Acções imorais ou contrárias ao dever:
Toda a acção que tem como motivo ou intenção o interesse, inclinação particular, o roubo, a mentira, a morte ou que utilize a pessoa como instrumento a partir do qual se pode atingir um fim é uma acção amoral, pois estas acções são praticadas por puro egoísmo e não por respeito ao dever ou à lei moral a qual o ser humano é legislador e à qual se submete.


A NOSSA VONTADE AGE ATRAVÉS DE IMPERATIVOS QUE SÃO:
“Fórmulas que se exprimem a relação de leis objectivas do querer em geral com a imperfeição subjectiva da vontade deste ou daquele ser racional por exemplo da vontade humana.
Isto significa que a vontade humana deve ser boa, mas nem sempre o é na medida em que pode escolher seguir a sua máxima mesmo que esta não possa ser aceite por todos sem que se ponha em causa a si mesma ou entre em contradição consigo própria.
Quando nós deixamos que a nossa vontade seja contaminada pelo subjectivo então nós estamos a por a nossa própria razão à frente. A nossa inclinação natural é para a inércia. O que define o ser humano é a racionalidade. Muitas das vezes submetemos a nossa vontade à subjectividade.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Resumo da aula do dia 22 de Janeiro


SUMÁRIO:
A necessidade da fundamentação da moral.
Ética racionalista ou intencionalista.







Ética racionalista ou intencionalista – Biografia

Nota inicial: A ética Kantiana intitulada como racionalista, formal, deontológica (do dever) e intencionalista.

Emmanuel Kant

Kant nasceu, estudou, leccionou e morreu em koenigsberg. Jamais deixou essa grande cidade da Prússia Oriental, cidade universitária e também centro comercial muito activo para onde afluíam homens de nacionalidade diversa. A vida de Kant foi austera (e regular como um relógio). Levantava-se às 5 horas da manhã, fosse Inverno ou Verão, deitava-se todas as noites às dez horas e seguia o mesmo itinerário para ir de sua casa à Universidade.
Duas circunstâncias fizeram-no perder a hora: a publicação do Contrato Social de Rousseau, em 1762, e a notícia da vitória francesa em Valmy, em 1792. Segundo Fichte, Kant foi “a razão pura encarnada”.


FUNDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA DOS COSTUMES


• Obra (de teor ético que vamos abordar) – Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785), Lisboa editora, 1998.

• Fundamentação da teoria ética de Kant – Conceito de Boa vontade ou consciência racional do sentimento do dever.


• Definição do conceito de vontade – faculdade de escolher apenas aquilo que a razão reconhece como necessário ou bom, sem a intervenção de qualquer inclinação. Vontade superior, boa vontade que age por respeito ao dever.

Mostra-nos que temos que agir numa perspectiva não individualista, temos cada vez mais tentar melhorar a sociedade não pensando só em nós.

A BOA VONTADE

Características deste fundamento.
A boa vontade está submetida a si própria e à intenção sbujacente, daí que possua um valor absoluto independente dos resultados ou das consequências.
por esta razão dons da natureza – talentos do espírito, como a inteligência qualidades do temperamento como a coragem, a compaixão, temperatura e dons da fortuna, como o poder e a riqueza, bem-estar e a felicidade quando não resultam da boa vontade, são apenas qualidades que podem degenerar em defeitos.


O ser da boa vontade é o querer. A boa vontade é boa porque quer agir bem, ou seja autonomamente para além de todas as inclinações sensíveis e naturais (chama-se inclinação a dependência em que a faculdade de desejar se encontra das sensações determinadas pela necessidade das leis da natureza.), interesses (chama-se contingente dos princípios da razão. Isto significa que a vontade age em conformidade com o dever, mas não puramente por dever, na medida em que age por interesse próprio, embora esta acção possa coincidir com a acção moral também chamada por dever.)


LEI MORAL


• Lei moral – lei comum a todos os sujeitos morais – que constituí o princípio do agir e o fim da acção. Esta lei moral radica na boa vontade contra todo o interesse, ganho ou inclinação natural.


• Se eu devo posso, é pela liberdade que o ser humano deve e pode vencer todas as inclinações sensíveis que se opõem à virtude.


• Pelas razões apontadas o conceito de dever contém em si a boa vontade.


O DEVER


• Se eu devo posso, é pela liberdade que o ser humano deve e pode vencer todas as inclinações sensíveis que se opõem à virtude.


• Pelas razões apontadas o conceito de dever contém em si a boa vontade.


• O dever é uma obrigação moral que só é inteiramente cumprida se agirmos por respeito e amor ao dever sem outras condições ou obstáculos subjectivos – sejam estas inclinações, desejos, interesses. Por isto o amor e o respeito ao dever incondicional.

 A acção moral por respeito ao dever. A acção só é por dever, isto é a acção só é moral quando nela a intenção ou o motivo coincide com o dever. As consequências efeitos exteriores à minha acção nada me dizem acerca da intenção da acção A acção moral está por isto centrada na intenção boa determinada pela racionalidade da nossa vontade.

CONCLUSÃO DA DIMENSÃO PESSOAL E SOCIAL DA ÉTICA

CONTINUAÇÃO DA DIMENSÃO PESSOAL E SOCIAL DA ÉTICA


Ao reconhecer o outro como igual é impossível não levar em linha de conta os interesses dos outros.

O interesse pessoal impõe preocupações éticas. Temos que pensar nos outros em primeiro lugar, se eu ajudar os outros podemos não ter benefícios imediatos, mas quando necessitarmos de ajuda se anteriormente ajudarmos mais tarde também nos vão ajudar. Os nossos interesses não estão isolados, mas estão sempre ligados aos interesses dos outros.

O que é solidário, generoso e leal estabelece relações gratificantes com os outros e esse tipo de relações é fundamental para desenvolver as suas potencialidades. Como o ser humano é consciente, capaz de se projectar para o futuro e transcender as coordenadas imediatas do “aqui” e do “agora”, esta ponderação aconselha o comportamento ético como preferível.


O eu e as instituições

A pessoa é uma construção que depende das interacções que o ser humano estabelece com os outros e do enquadramento das instituições como a família, a escola, o estado, a religião, etc.

A complexidade da relação indivíduo/sociedade

A relação do indivíduo com as instituições sociais é ambivalente por um lado, a interacção social é indispensável para o desenvolvimento do indivíduo, por outro, impõe-lhe regras e constrangimentos.

Nas relações interindividuais impõe-lhe encontrar algum equilíbrio em competição e cooperação pois só ele torna possível o desenvolvimento da sociedade.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010


COMENTÁRIO (RESUME) - Texto "Porque razão devemos agir eticamente?"

Com o texto compreendemos melhor que agir eticamente é algo que nem todos nós fazemos, percebemos que por muitas das vezes tornamo-nos egoístas ao pensar só em nós, colocando os nossos interesses à frente de tudo à nossa volta. Nós deveríamos ser humildes e nunca procurar só agradar-nos.

Se agirmos apenas de acordo com a nossa razão subjectiva estaremos a ser menos racionais, pois, neste caso a nossa razão é tão só uma “pequena” razão. Temos de dar o primeiro passo. Temos de restaurar a ideia de viver uma vida ética como uma alternativa realista e viável, ao predomínio do interesse próprio, do egoísmo que actualmente se impõe.

A atitude ética é quando metemos os interesses universais à frente dos nossos próprios interesses. Com o texto percebi o quanto desumanos acabamos por ser com o mundo e com as pessoas.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

RESUMO DA AULA DE FILOSOFIA DO DIA 12 DE JANEIRO
A Dimensão Pessoal e Social da Ética

O que é agir eticamente?

O domínio do ético é o da pessoa e o da sua relação com os outros.
Só a pessoa é portadora de valores éticos e só ela realiza acções susceptíveis de avaliação ética.
A conduta ética de uma pessoa tem sempre repercussões sobre os outros, afectando-os de alguma forma; ao agir eticamente as consequências dessa acção recaem sobre os outros.

O que é uma acção ética?

São acções em que o agente sacrifica os seus interesses pessoais, directos e imediatos, a interesses de terceiros.
É por isso, levar em conta os interesses dos outros.
Agir eticamente é pensar nos outros, nunca pensar só em nós mas nos outros também.

"É ASSUMIR-SE COMO ESPECTADOR IMPARCIAL E ADOPTAR UM PONTO DE VISTA
UNIVERSAL." SINGER



Razões que justificam a acção ética.

A questão é a de saber porque razão haveremos de ser éticos sendo que a acção ética implica privilegiar o universal em prejuízo dos interesses particulares.
A consciência humana impõe preocupações éticas.
o ser humano tem consciência do mundo que o rodeia e de si próprio. Consciência reflexiva.

A consciência de si e a consciência em geral envolve o eu e o outro (instituições sociais que balizam o individuo e fornecem um quadro de referencia).

Consciente → Super-ego (sociedade)
Subconsciente → Ego
ID → Inconsciente

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

RESUMO DA AULA DE FILOSOFIA DO DIA 5 DE JANEIRO

Começamos a abordar a unidade 3 do manual (Distinção da acção humana e dos valores)

DISTINÇÃO ENTRE MORAL E ÉTICA

Agir éticamente é (por exemplo: encontrar uma carteira no chão e devolvê-la ao dono da mesma).
É tambem viver numa sociedade que se cumpre as regras morais, que se respeitam e vivem em Paz.
A ética é a reflexão sobre a moral, tem haver com o nosso comportamento educado e é ainda uma disciplina filosófica.
Analisa as regras e os fundamentos que a constituem (pergunta. Porquê?) Exemplo: (Porquê que não se pode matar?).

A moral é um conjunto de normas e regras que existem numa sociedade, é uma pessoa que se comporta de maneira correcta e é bem educada.
As regras morais não provêm de nós. Vivemos com o instinto animal dentro de uma sociedade com regras.
Agir moralmente é dizer o que se deve fazer e o comportamento que se deve ter numa sociedade. Exemplo: (Tu não deves matar).
As regras morais variam de várias sociedades, cada um tem os seus costumes e valores.

1º Aula de Filosofia na sala 2 com o Stor Paulo Medeiros

Começamos por criar o nosso BLOGSPOT com a finalidade de fazer trabalhos por via internet para facilitar na produção do nosso portefólio.